domingo, 19 de maio de 2013



Como se inicia uma crise de pânico

Normalmente a pessoa está realizando alguma atividade corriqueira, em casa vendo TV, andando na calçada, no mercado, etc. Algum pensamento ansioso lhe passa pela mente, pensa em como lidar com seu casamento fracassado, o chefe exigente, pais doentes, etc. Seu organismo reage a este pensamento estressante com o mecanismo de luta ou fuga que a natureza primitiva o dotou e seu corpo inicia a preparação para “lidar com estes problemas” que são: ativar o sistema cardiovascular para melhorar a oxigenação do sangue em caso de precisar sair correndo, libera o conteúdo intestinal para você ficar mais leve em uma luta, você transpira para refrescar durante a fuga, etc. O que seu corpo não “sabe” é que você não vai lidar com seu chefe através da luta física, mas este mecanismo é iniciado automaticamente. Seu cérebro não entende porque seu corpo está reagindo assim e interpreta estas sensações como um ataque cardíaco, perda de controle, etc.

Existem características que indicam predisposição para síndrome do pânico. Pesquisas indicam que pessoas que possuam transtornos de personalidade de evitação ou por dependência são mais predispostas a apresentar o quadro de síndrome do pânico.

Tipos de ataques de pânico

* Ataque de pânico espontâneo - nos quais não são identificados os estímulos desencadeantes (gatilhos da síndrome do pânico)

* Ataque de pânico situacionalmente determinado - onde se identifica o estimulo desencadeante como por exemplo estar no cinema, mercado, túnel, avião, calçada, multidão, etc.

* Ataque de pânico situacionalmente predisposto - onde é provável, mas não há certeza, de que ocorrerá um ataque de pânico em contato com determinado estímulo.

Agorafobia

Na primeira vez que uma pessoa passa por um ataque de pânico a sensação é de total incapacidade de auto-controle, por isso passa a evitar situações que crê que a deixaria ansiosa, evita sair com amigos, ir à eventos sociais e até mesmo trabalhar.

Tratamento para a síndrome do pânico

O tratamento eficiente sem risco de recaída compõe-se de algumas etapas descritas abaixo:

Contestação das crenças irracionais

Técnica também conhecida pelos psicólogos como “reestruturação cognitiva”. Este é um trabalho muito forte no sentido de derrubar as crenças irracionais e pensamentos disfuncionais típicos da síndrome do pânico. É realizada a correção das avaliações errôneas das sensações corporais tidas como ameaçadoras.

As crenças mais comuns são: “Estou perdendo o controle”; “Estou fraco demais para lidar com estas emoções”; “Vou morrer de ataque cardíaco”; “Estou enlouquecendo”. O terapeuta cognitivo fornece ao seu paciente um formulário chamado “Registro de pensamentos disfuncionais” para ser preenchido durante a semana. Na sessão seguinte estes pensamentos são confrontados de forma até perderem totalmente a força.

Exposição interoceptiva

O propósito desta técnica é romper a associação entre os sinais corporais e as reações da síndrome do pânico expondo o paciente em doses mínimas aos sintomas facilitando a habituação e dessensibilização. É executada por meio de procedimentos que provocam de forma confiável sensações similares às da síndrome do pânico como exercícios cardiovasculares, hiperventilação, etc. A exposição é realizada de forma graduada e muito bem orientada pelo psicólogo.

Re-treinamento da respiração

Claro que você sabe respirar, faz isso desde que nasceu, mas na síndrome do pânico você respira errado e não percebe que sua própria respiração piora ossintomas. A respiração ansiosa, realizada na parte superior de seu peito, tem a propriedade de lhe causar hiperventilação, e piora o quadro de mal estar. O treinamento da respiração diafragmática (ensinada e praticada na clinica de psicologia e repetida em casa durante a semana) é um dos primeiros passos na superação da síndrome do pânico.

Relaxamento

Mente e corpo são intimamente ligados, não é possível que uma mente permaneça ansiosa se o corpo está relaxado. Portanto, o aprendizado de técnicas de relaxamento é outro importante passo inicial para superação da síndrome do pânico.

Prevenção de recaída

Para que não haja novas crises, o psicólogo atua nas sessões finais com técnicas cognitivas e comportamentais que garantam manutenção do sucesso da terapia.

Uma dica

Se dê o direito de ser otimista, pois há vinte anos esta síndrome nem tinha nome, os médicos enviam os pacientes de volta pra casa dizendo que tiveram “apenas um piripaque” - desrespeito que infelizmente não estamos livres ainda mas, hoje a psicologia desenvolve-se de forma espetacular. Nos últimos anos os laboratórios de pesquisa do mundo todo elaboraram todo um protocolo de atendimento que provou-se altamente eficaz.

Se chegou até esta página você também é a prova da forma espetacular que as informações são acessíveis hoje em dia.

Não permita ter a vida limitada por mais tempo com um sofrimento que pode ser eliminado.

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